Jornais desportivos
No Record de hoje, edição online:
"222 quilómetros por hora, aproximadamente. Foi esta a velocidade que atingiu o petardo disparado por Ronny que só parou no fundo das redes da baliza da Naval e foi decisivo para garantir os três pontos.
O cálculo tem como base não só o tempo que a bola demorou a chegar à baliza (28 centésimos de segundo) como a distância percorrida (16,5 metros). Admite-se, no entanto, que a velocidade possa ter sido ligeiramente mais elevada, uma vez que o jogador brasileiro se encontrava descaído para a direita e a bola entrou junto ao poste mais distante, não descrevendo uma linha recta, mas sim uma diagonal."
Ora bem, não sei o que é mais aflitivo: o facto de eu ter ido ler a edição do Record ou a forma original com que um simples fenómeno físico ganha contornos quase metafísicos.
Repare-se:
"O cálculo tem como base não só o tempo que a bola demorou a chegar à baliza (28 centésimos de segundo) como a distância percorrida (16,5 metros)"
isto é absolutamente genial. Uma velocidade calculada não só em segundos mas sim em metros por segundo - ah, não, afinal são quilometros por hora - é concerteza uma inovação digna de um Nobel
"não descrevendo uma linha recta, mas sim uma diagonal"
mais uma pérola. Anda uma mulher toda a vida a estudar para se aperceber subitamente que uma diagonal pode não ser uma linha recta. Onde andava o Pitágoras neste jogo?
Estou rendida. O Jornal Record passou a ser uma das minhas referências no humor em Portugal.
Ah, já agora... 28 centésimos de segundo para percorrer 16,5 metros dá uma velocidade aproximada de 212 km/h. A Física e a Matemática sempre de mãos dadas.
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