Pai
Fins de tarde de Novembro.
A minha memória viaja mais de vinte anos, aos dias em que me ias buscar à aula de Inglês e esperávamos pelo meu mano. Sou transportada a um mar de sensações, de cores, de cheiros.
A minha mão pequenina na tua, sempre tão quentinha.
Os meus passos quase saltados para acompanhar os teus, calmos, em passeio.
Vestias-te sempre tão bem – ainda vestes – um fato, uma gravata sempre bonita.
E passeávamos na rua. Víamos os carros, as montras.
Cheiro de castanhas a assar, dos escapes dos automóveis, dos bolos e do pão quentinhos a sair na padaria da esquina.
E eu falava quase sem parar... e tu respondias sempre. Não tenho uma única memória de não teres paciência. Deve ter havido alguns momentos desses, não? Não foram importantes...
Era a menina do papá. Ainda sou. E vou ser sempre.
Obrigada
Sem comentários:
Enviar um comentário