19 setembro 2005

Do amor


Eu sou assim mesmo.
Amo com tudo, vou de cabeça, vivo o amor como se o dia seguinte fosse o último. Sou intensamente feliz quando há retorno, feliz de fazer o trânsito parar com uma dança no meio da rua, feliz de cantar da janela do carro para quem passa, feliz de vestir cor-de-laranja e saltitar à chuva, feliz assim...
Há não muito tempo fui feliz assim... assim e mais. Porque era ELE, o especial, a alma gémea. Em pouco tempo fiz o filme todo, vivi a vida até ser velhinha e partilharmos tudo: casa, filhos, sonhos, planos, viagens...vida. Demorei a perceber que era só meu o sonho, que era só minha a vida e a felicidade saltitante.
E depois vem o cinzento, as lágrimas, a tristeza tão profunda que parece agarrar-se ao fundinho do coração. E aí tudo perde a cor, tudo perde o sentido.
E desta vez foi assim... assim e mais. Porque o amor da nossa vida, quando morre, é uma perda imensa, que leva tudo, que destrói todos os sorrisos. E vesti preto, cinzento... e chorei pelas ruas sem chuva – nem a chuva veio este ano camuflar as minhas lágrimas.
Recupera-se... o tempo cura tudo. Mas o meu amor não volta a ser igual.
É pena.

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